sexta-feira, 22 de maio de 2020

ELEMENTOS ESSENCIAIS DA VOCAÇÃO


1. VOCAÇÃO FUNDAMENTAL

A) Vocação Humana: é a primeira resposta do homem ao chamado de Deus que o chama a tornar-se “gente”. – “pessoa humana”. Consiste em viver, pessoal e comunitariamente, valores e virtudes humanas. Por exemplo: a autenticidade, a liberdade, a responsabilidade, a constância, a convivência, a solidariedade, o amor.

B) Vocação Cristã: é o chamado à santidade de Deus, em Jesus Cristo. Consiste em viver na comunhão e cooperação com Deus, sendo presença e instrumento de sua ação no mundo. É uma vida assumida em Cristo, por Cristo e com Cristo, pelo Reino de Deus.


2. VOCAÇÕES CRISTÃS ESPECÍFICAS

A) Leiga: assume o seguimento de Jesus Cristo pela evangelização e compromisso com a libertação dos oprimidos, pelo anúncio profético do Reino e transformação da sociedade.

B) Sacerdotal: assume animar, dinamizar e articular as comunidades de fé e formar os ministérios diversos que o povo de Deus necessita, visando a promoção integral de todos, em Cristo.

C) Religiosa: Cristão/ã consagrados a Deus pela profissão dos votos. Assume seguir radicalmente o Senhor e se por a serviço do povo de Deus, de acordo com o carisma da congregação. Tem a missão de anunciar o Reino de Deus e de colaborar na construção deste Reino.

D) Missionária: É aquele/a que consagra a sua vida para fazer com que o anúncio e o testemunho de Cristo e do Reino chegue a todos os povos.


3. VOCAÇÃO RELIGIOSA

A vocação é um diálogo entre Deus que chama e a pessoa que responde. É um encontro de comunhão dentre duas liberdades: a de Deus e a da pessoa, que convergem para uma obra comum: a construção do Reino.

A) Chamado de Deus: “chamamento de Deus” - Deus toma a iniciativa e propõe à pessoa seus desejos de aliança e de comunhão. O chamado de Deus é gratuito, pessoal, intransferível e irreversível. É um Dom.

B) Resposta da pessoa: “discernimento” - A pessoa é convidada a descobrir e a dar uma resposta ao chamado de Deus através de um projeto de vida. Esta resposta deve ser livre, generosa, decidida.

C) Para uma missão: “evento salvífico” – ajudar na construção do Reino de Deus, em nossa história, como obra comum de Deus e do homem.


4. DIMENSÃO OPERACIONAL DA VOCAÇÃO

A) A partir de Deus – Vocação como carisma. Deus chama alguém dando lhe dons e carismas (qualidades humanas, espirituais, atração e fortaleza interior) que o capacitam para um serviço. A realização da vocação se concretiza na utilização de dons e carismas.

B) A partir das necessidades do mundo e da Igreja: vocação como tarefa e serviço. A sociedade interpela com suas necessidades humanas e evangélicas e espera uma resposta. A vocação se concretiza num serviço adequado à realidade, de acordo com o carisma da pessoa.


O chamado de Deus se exprime numa dimensão interior e numa dimensão exterior. 

 A) Dimensão interior do chamado: dimensão da graça, do Espírito Santo. É o inefável fascínio interior que a voz silenciosa e poderosa do Senhor exerce nas insondáveis profundezas da alma humana.

B) Dimensão exterior do chamado: É o humano, sensível, social e jurídico que traduz a mensagem do Verbo, que realiza a proposta – Projeto de Deus.

A vocação é o resultado de um encontro entre Deus e a pessoa. Deus é dinâmico. E chama pessoas permanentemente. Toda vocação, todo projeto vocacional se insere no único Projeto de Deus que é um projeto de salvação e, este é um projeto social, histórico e político. Toda vocação é um serviço ao Reino de Deus.


Como assumir a sua vocação específica com liberdade e maturidade?

É necessário fazer um processo de discernimento vocacional com oração pessoal, participação na comunidade eclesial e nos movimentos sociais, considerando:
A)     As necessidades do povo;
B)      Os carismas pessoais;
C)      A missão e os serviços das diferentes vocações específicas: laical, religiosa e missionária.

A partir disto, fazer uma opção por causa de Cristo e do Reino. Escolher uma das vocações específicas de acordo com a inspiração do Espírito e o carisma pessoal.

Referências Bíblicas:
1.       Abraão: Gn 12
2.       Moisés: Ex 3
3.       Isaías: Is 6
4.       Jeremias: Jr 1,
5.       Maria: Lc 1, 26-56
6.       Paulo: At 9, 1-30


5.  CONSAGRAÇÃO RELIGIOSA

Ø É consagração total a Deus. É um reservar-se incondicionalmente a Deus, a exemplo da pessoa e da prática de Jesus Cristo:
o   Abertura ao Pai;
o   Amor ao povo de Deus;
o   Anúncio alegre de um futuro feliz;
o   Compromisso de transformar a sociedade em Reino de Deus.

Ø É fazer uma experiência de Deus, mediada pela pessoa e prática de Jesus, na ação do Espírito Santo. É viver está experiência como projeto central e fundante da nossa vida.

Ø É assumir a convocação do Espírito, na história, e se empenhar com amor e alegria, na construção de um mundo novo, liberto e fraterno, em Cristo, comprometendo-se com a Justiça do Reino, até o fim.

Ø É experimentar a ação amorosa e transformadora do Espírito Santo, que age nas pessoas  e na história, num dinamismo de libertação, e nos conduz a plenitude da vida.


Dialética da Consagração Religiosa

A consagração religiosa conserva em si duas dimensões em relação dialética: dimensão reserva e dimensão missão. É preciso conjugar essas duas dimensões ou pólos da consagração.

Para viver a dimensão “reserva” da consagração é indispensável:
·         Um permanente contato com Deus;
·         Um engajamento afetivo na comunidade fraterna;
·         Veneração pela sacralidade divina de todas as pessoas.

Na origem desta reserva está um impulso humano que busca insaciavelmente o Absoluto e por Ele se sente livre face a tudo, para uma doação total e generosa.

A reserva para Deus inclui missão. Pela missão o religioso/a colabora com Deus na realização da história da salvação; na estruturação do Evangelho; na construção do Reino e, desfaz as relações de pecado na sociedade.

A consagração  é uma dinâmica permanente, intrínseca e extrínseca que vai formando a nossa identidade religiosa. Pela profissão dos votos, o religioso/a intenciona denunciar o senhorio dos ídolos deste mundo com seus poderes constituídos: riqueza, poderes e prazeres.

Voto de pobreza: consiste numa liberdade para servir e num compromisso efetivo de solidariedade com as categorias oprimidas, incluindo a luta pela justiça.

Voto de obediência: fidelidade a Deus pela vida de oração e corresponsabilidade no seu projeto de salvação do povo.

Voto de Castidade: consiste em viver somente para Deus e colaborar com Ele na sua missão salvífica.

Para viver mais intensamente a comunhão com Deus e o serviço ao Reino, o religioso se insere em um instituto de vida consagrada e vive uma vida de comunhão.

Para integrar-se em um instituto de vida consagrada exige-se:
·         Personalidade própria;
·         Maturidade;
·         Responsabilidade pessoal;
·         Esforço para discernir as interpelações do Espírito;
·         Capacidade de diálogo.

A religiosa explicita com um compromisso público sua aliança com Deus e faz desta aliança o centro, o eixo que orienta toda a sua vida.

6.    VIDA RELIGIOSA NO PERFECTAE CARITATES

PERFECTAE CARITATE - PC: Decreto do Concílio Vaticano II sobre a Renovação da Vida Religiosa. Trata da vida dos institutos de vida consagrada.
O PC define vida religiosa como prática dos Conselhos Evangélicos, para seguir Jesus Cristo, com mais liberdade.
Vida consagrada a Deus com a profissão dos três votos: pobreza, obediência e castidade.
A norma suprema da vida religiosa é o seguimento de Jesus Cristo.

Princípios da Vida Religiosa:
·         Seguimento de Jesus Cristo (norma suprema);
·         Fidelidade as sãs tradições;
·         Participação ativa na missão da Igreja (assumir como própria a missão da Igreja (faça sua e sustentem como própria as iniciativas pastorais nos vários campos: bíblico, litúrgico, dogmático, social, ecumênico, missionário);
·         Formação para a missão. Que todos os membros da ordem conheçam bem as exigências da realidade político-social para que possam mais eficazmente exercer a missão.

Sendo o objetivo principal da Vida Religiosa a consagração total da pessoa a Deus, inspirada na pessoa de Jesus Cristo, a capacitação dos religiosos, a convivência e a missão só terão êxito se forem animados e sustentados por uma profunda espiritualidade. Assim sendo, a renovação espiritual tem a primazia sobre o apostolado, a formação dos religiosos e a atualização da vida religiosa. É a espiritualidade quem vai sustentar e dar significado as outras dimensões.

A vida religiosa:  Consagração total à Deus e ao serviço de Deus
·         Tem suas raízes na consagração batismal.
·         É a expressão mais forte da consagração Batismal.
·         Ela é a doação que a pessoa faz de si à Deus, aos pobres prediletos de Deus, na igreja.

 A profissão religiosa  é o seguimento de Jesus através dos conselhos evangélicos.
O Seguimento de Jesus é o eixo condutor da Vida Religiosa

A religiosa, deve buscar unicamente a Deus  sobre todas as coisas e, deve unir a contemplação (que a torna capaz de aderir a Deus com toda a mente e coração) ao zelo apostólico (dilatação do reino de Deus) numa dinâmica que une  contemplação e zelo apostólico.

Procurem a amem antes de tudo a Deus que nos amou primeiro. Em todas as circunstâncias alimente a sua união com Deus, de onde recebe a força para amar o próximo e para colaborar na construção do Reino de Deus.  Exercitem fielmente a oração e cultivem o espírito de oração.

Nutrida pela palavra de Deus, pela oração e comunitária, pela fraternidade (carregando uns os fardos dos outros), com o amor de Deus difundido nos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5), a comunidade é a família unida por Deus, com Deus e em Deus (Mt 18,20).


7.      OS CONSELHOS EVANGÉLICOS

 

7.1. POBREZA:

A pobreza voluntária abraçada para seguir a Jesus Cristo e ser sinal da pobreza de Cristo (que sendo rico se fez pobre para salvar a humanidade) seja diligentemente cultivada pelos religiosos (PC 13).

Queremos identificar-nos com Jesus Cristo. Por isso nos comprometemos a cultivar a pobreza por uma vida simples e sóbria, na confiança em Deus, junto aos empobrecidos, assumindo com eles a causa da libertação.

A vivência da pobreza evangélica, individual e comunitariamente, nos faz livres para denunciar os sistemas opressores e anunciar o plano salvífico de Deus.

A  religiosa consagrada testemunha na sua vida a pobreza de Cristo. Diante de uma sociedade seduzida pelo individualismo, pela sede do ter, do poder e do prazer, ela deve ser sinal do Evangelho de Cristo, levando uma vida de simplicidade, de partilha e de amor aos irmãos.


7.2. OBEDIÊNCIA:

Nosso compromisso de obediência fundamenta-se na obediência de Cristo que veio ao mundo para realizar a vontade do Pai. “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra” (Jo 4, 34).

Pelo voto de Obediência a pessoa consagrada afirma sua vocação profética como profunda fidelidade à intimidade com Deus e aos desígnios de Deus que se manifesta nos apelos da realidade em que vivemos.

Colocamos nos livremente , individual e comunitariamente, em confronto com a vontade salvífica de Deus e em total disponibilidade para servir onde a vida estiver mais ameaçada.

Nossa obediência deve ser ativa e responsável para promover a união das forças para o bom do Instituto e do povo de Deus.

A religiosa consagrada procura seguir cristo, na obediência de Cristo, na encarnação de Cristo junto aos mais pobres, caminhando com os pequenos de nossa sociedade, na conquista e garantia de seus direitos, na solidariedade e na justiça, antecipando a chegada do Reino, quando Deus e seu Espírito de Amor será tudo em todos.

Pela obediência a religiosa assume com fidelidade os serviço à causa do Reino que passa pela garantia dos direitos aos pobres, pela solidariedade com os sofredores e pela construção de uma sociedade justa e igualitária para que venha o Reino de Deus.


7.3. CASTIDADE:

A castidade abraçada por causa de Deus e do Reino liberta de modo especial o coração humano (1Cor 7,32-35), inflamando-o sempre mais de caridade para com Deus e para com o povo de Deus (PC 12).

A castidade nos faz livres para viver a pureza em todo o nosso ser, como resposta ao amor de Deus que “nos amou primeiro” (1Jo 4,10).  O celibato deve ser fonte de amor, para sermos a exemplo de Jesus Cristo, dom de Deus a serviço da humanidade. Pela profissão da Castidade, a religiosa se torna livre para o apostolado. 

O celibato consagrado a Deus deve ser um meio para o desenvolvimento integral da pessoa. Esta profissão atinge as inclinações mais profundas da natureza humana. A religiosa é chamada todos os dias, a uma relação afetiva adulta com todas as pessoas e, a assumir conscientemente o celibato por causa do Reino de Deus.  Os que se candidatam à castidade devem ser admitidos depois de terem conseguido uma suficiente maturidade psicológica e afetiva.

Pelo voto da castidade a religiosa consagrada se reserva para viver somente para Deus e para a missão salvífica do Espírito, no mundo. Ela se dispõe a denunciar toda idolatria, falsos valores e escravidão que os poderes estabelecidos impõem ao povo e a construir, com os oprimidos, uma sociedade justa e fraterna, conforme os valores do Reino de Deus.

A religiosa consagrada renova diariamente o seu “sim” concentrando toda a sua atenção, capacidade e afeto em Deus, e na vontade salvífica e amorosa de Deus, buscando fidelidade na intimidade com Ele pela oração, sendo companheira dos empobrecidos e sofredores em suas lutas; anunciando a Verdade do Evangelho e denunciando as mentiras e injustiças sociais, acreditando sempre no homem novo e na nova sociedade; criando irmandades e vivendo fraternidades, antecipando a chegada o Reino.



domingo, 10 de maio de 2020

ESPIRITUALIDADE DA SAÚDE


Eu vim para que todos tenham vida. Que todos tenham vida plenamente (JO 10,10).

Hermógenes, professor de Hatha Yoga afirma: “a saúde está intimamente ligada a felicidade.
E a condição absoluta da felicidade está na união com Deus”.  Quem a realiza não estará sujeito a alternância de ventura e desventura.”.

Se nós estamos em sintonia com o criador, tudo é harmonia, paz, felicidade, saúde.  Enquanto houver sintonia entre o Eu e o Criador, viverei em paz, feliz, saudável.

É no corpo que experienciamos a vida, o sagrado, Deus em nós.   É no corpo que sofremos as consequências dos nossos erros.

Para Eduardo Bach: Todos nós temos dentro de nós toda a perfeição. A nossa alma sabe tudo o que nós precisamos fazer para realizar as coisas certas.  E todas as doenças são causadas por conflitos entre a nossa personalidade e a nossa verdadeira natureza espiritual (Eu superior).

A doença é o desequilíbrio entre o nosso ser e o plano do criador sobre nós.  A diferença que há entre o comportamento que eu sei que é certo e o comportamento que eu  faço, essa diferença é que origina a doença.

A doença é o resultado de Conflitos entre aquilo que eu faço versus aquilo que sou chamado a fazer (aquilo que é a verdade mais profunda de Deus em mim; a expressão do Deus que me habita; aquilo que eu sou chamado/a a ser).

A DOENÇA ACONTECE QUANDO:
·    A criatura se separa do criador;
·    Saímos fora do caminho que o criador traçou para nós; 
·    Eu não sigo o chamado mais profundo de Deus sobre mim mesmo/a.

Toda doença física tem uma causa emocional. Se abolirmos apenas o sintoma físico, a doença pode voltar com  mais intensidade.  A pessoa que possui desamor por si própria, baixa estima, frustrações, insatisfação para a qual ela não acha solução, a doença virá como uma forma de escape.  A pessoa incapaz de resolver de forma satisfatória os seus conflitos, tais conflitos irão desaguar no corpo num processo de somatização (alteração física decorrente de sofrimentos psíquicos).

Em regra, as pessoas adoecem porque tem necessidade de adoecer.  A doença para muitos é uma necessidade que o indivíduo tem e é uma opção de vida embora inconsciente.  O tipo de doença com que cada um adoece está ligado à confluência de diversos fatores, mas principalmente aos seus conflitos interiores e a sua forma de lidar com eles, isto é, os mecanismos de defesa de que a pessoa lança mão.

A doença, muitas vezes, é um mecanismo que a pessoa cria para sua defesa, sua autoproteção, para conseguir afeto, compensar uma perda ou frustração, compensar a falta de realização pessoal, manter o controle das coisas ou para não enfrentar a verdade sobre si mesma.

Ø  A doença é uma válvula de escape para fugir dos conflitos internos que a pessoa não consegue resolver, ou melhor, não consegue ver.
Ø  A pessoa adoece por incapacidade de exprimir, exteriorizar o seu sofrimento, de forma adequada.  Adoecendo ela será compreendida e receberá apoio.
Ø  Outros adoecem para adquirir as vantagens que a doença traz consigo.  Ao adoecer a pessoa regride, volta as ser criança passando a ser objeto de afeições e carinho especiais.  A doença é uma boa chance de ter um repouso gostoso na cama.
Ø  A pessoa doente fica isenta de responsabilidades sociais normais. Pode não precisar ganhar o seu sustento, não precisar trabalhar e ainda recebe a indulgência social.

É muito importante o “como a pessoa lida com as suas perdas e frustrações”, tantos as grandes, como as micro perdas cotidianas.  As perdas e frustrações representam sempre, embora com intensidade variável, uma sobrecarga para a pessoa.

Se essa sobrecarga atinge uma pessoa enfraquecida, que não se preza, sem consistência interior, o resultado, com o tempo, será a doença psíquica e orgânica.  Isso se a pessoa não tiver forças para redirecionar e redimensionar a sua vida.

A doença é um aviso da nossa alma de que estamos no caminho errado e, que precisamos mudar para um caminho de perfeição, no amor. Toda doença pede uma mudança.  Se corrigíssemos  os erros que cometemos, não passaríamos pela lição da dor, não adoeceremos.  A doença deve fazer nos voltar ao criador.

O conflito, o sofrimento, a doença, indica que estamos impedindo o nascimento de um novo ser, mais pleno, que pulsa dentro de nos.   A doença alerta que o  homem velho em nós precisa morrer para a ressurreição de um homem novo, transfigurado (Eu), mais parecido com Jesus Cristo. Quando mais resistirmos ao nascimento deste novo eu, amoroso e pleno, mais acentuaremos o sofrimento e a dor.

A cura exige conversão. A pessoa é o agente de sua própria cura. A pessoa precisa querer curar-se. Precisa mudar os hábitos errados de vida que trazem as doenças. Precisa caminhar para a plenitude da vida.  Só a pessoa pode curar-se libertando suas energias interiores e profundas:
  • Para o dinamismo da vida;
  • Para a força amorosa do Deus amor (princípio da harmonia universal) que nos habita e nos conduz;
  • Para a nossa imagem e semelhança com Deus.
  • Para o Espírito que nos aquece, nos ilumina e nos dinamiza;
  • Para o Cristo que é em nós e nos conduz para a plenitude humana e divina.

Assumir o compromisso com a cura, com a saúde é dizer um profundo SIM a DEUS, à vida, abrindo o mais profundo do seu coração numa conexão amorosa com Deus, com os seres humanos, com toda criação, desatando assim os nós que geram as doenças.

Só a pessoa pode liberar o seu interior para gozar de plena saúde e paz. O que deve ser curado é a nossa alma. É a nossa própria vida.   Somente assim poderemos dar o nosso profundo Sim à vida, à Deus, ao amor. 

Até que Cristo se forme em nós.  Em mim, em tí, em nós.

Viva a nossa integração com o criador, com toda criação,  com todas as criaturas! 
Viva a harmonia!  Viva a vida! Viva a saúde!
“Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham com abundância”. (João 10,10)




sábado, 9 de maio de 2020

INSTITUTO NOSSA SENHORA DO SIM




Discípulas e missionárias
A serviço da misericórdia e da justiça,
 Junto aos pobres e sofredores.

Saiamos as pressas, com Maria,
aonde a vida clama.


I - QUEM SOMOS

Somos uma família orante e missionária. 

Seguimos a Jesus Ressuscitado, sendo sinal da misericórdia e da justiça de Deus, junto aos pobres e sofredores. Assumimos com eles suas angústias e esperanças, buscando construir um mundo de Justiça e Paz, conforme o Projeto de Deus.

Nossa vida e missão se fundamentam na pessoa e na prática de Jesus de Nazaré, que se fez solidário com os pobres e anunciou a todos a Boa Notícia do Reino, como Boa Nova para os pobres.

Maria, mulher comprometida com o Reino de Deus, primeira missionária e mãe da Igreja, é nossa companheira de vida e de missão.

Abraçamos o Evangelho como forma de vida. Formamos uma comunidade de vida como as primeiras comunidades cristãs (At2, 42-47; 4,32-35).

“O Espírito de Deus está sobre mim, pois me ungiu para dar boas notícias aos pobres” (Lc, 4,18).


1.1. Formas de pertença:

1. Irmãs – são religiosas missionárias. Professam os conselhos evangélicos de obediência, pobreza e castidade. Vivem em comunidades de vida. Dedicam se inteiramente à missão no serviço dos mais necessitados. Constituem o coração do Instituto.

2.   Missionárias consagradas – são mulheres solteiras que professam os conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade. Vivem sozinhas ou com a família, por opção ou necessidade, podendo optar pela comunidade de vida. Orientam suas vidas de acordo com a espiritualidade e a missão do instituto. 

3.  Leigos/as Missionários/as - são leigos e leigas, solteiros/as ou casados/as, que vivem em suas famílias, em seus trabalhos e que compartilham a espiritualidade e a missão do Instituto.

II - NOSSAS OPÇÕES
·      Vida comunitária / Fraterna;
·      Vida de Oração e experiência de Deus;
·      Vivência dos Conselhos Evangélicos;
·      Discipulado missionário;
·      Formação permanente;
·      Organização e planejamento.


III - VIDA FRATERNA – UM CHAMADO À COMUNHÃO

Chamadas a seguir Jesus Cristo, através da Vida Religiosa Consagrada, assumimos viver segundo o seu Evangelho, em vida comunitária explícita, tornando-nos mais disponíveis para o serviço do Reino.

As Irmãs do Instituto Nossa Senhora do Sim se constitui em comunidades onde todas as Irmãs se propõem a desenvolver o amor fraterno, a escuta profunda, o diálogo, bem querer na compreensão, perdão permanente, acolhida e entre ajuda, sendo presença amorosa de Deus para com as outras e para com o povo.

CARISMA

ESTAR A SERVIÇO DA MISERICÓRDIA E DA JUSTIÇA,

JUNTO AOS POBRES E SOFREDORES.

IV - MISSÃO

Somos convocadas pelo Senhor para sermos a expressão da sua misericórdia e da sua justiça junto aos mais necessitados.

Como discípulas e missionárias, queremos dar prosseguimento ao Projeto de Jesus, fonte da ação evangelizadora, assumindo o compromisso de defender a vida onde quer que ela esteja ameaçada; de servir aos mais necessitados;  aos que estão em situação de maior injustiça. 

Maria, fiel ao Espírito Santo,  mulher de oração e mulher missionária, que no dinamismo da esperança, possibilitou uma nova história de salvação, é nossa companheira junto ao povo sofrido.

Inseridas no meio do povo simples e pobre, assumimos com ele as lutas do dia-a-dia, suas angústias e esperanças, buscando construir um mundo mais humano, justo e solidário, antecipando a chegada do Reino de Deus.

NOSSA MÍSTICA

ESCUTA AMOROSA DO SENHOR E
DISPONIBILIDADE PARA O
O SERVIÇO DO REINO.


V - ESPIRITUALIDADE

Nossa espiritualidade, contemplativa e missionária, é marcada por uma profunda comunhão com Deus e fidelidade ao seu plano salvífico.
A exemplo de Jesus queremos assumir a realidade dos pobres para levá-los à plenitude da vida, num processo pascal de contínua libertação e ressurreição, antecipando a chegada do Reino, até que Deus seja tudo em todos.
A contemplação da pessoa de Jesus deve levar nos a vivermos um amor apaixonado por Ele. Contemplar é o estar aos pés do nosso bem amado e Senhor. É deixarmo-nos ser transformadas, divinizadas por seu infinito amor. A contemplação é o espaço do amor, da preparação para a vivência fraterna e para a missão. 

A missão é um transbordar do amor de Deus em nós. O Espírito de Deus nos impele a uma ação amorosa e misericordiosa junto aos necessitados, até a radicalidade do amor, no compromisso com a justiça.  

Assumimos o programa de Jesus de Nazaré como nossa maneira de ser e de expressar a ternura e a justiça de Deus para com os empobrecidos.

Maria, mulher atenta as necessidades dos pobres e atenta aos apelos de Deus (Lc 1, 26-35. 46-55), nos inspira na escuta profunda dos desígnios do Pai e na missão de buscar vida plena para todos, até que a justiça de Deus se instaure na terra e o seu Reino se faça pleno entre nós.

As Irmãs do Instituto Nossa Senhora do Sim vivem uma entrega total de si nas mãos do Pai, numa relação de profunda confiança e amor.